Origem

História da Manteiga – Uma Breve Viagem

A manteiga faz parte da nossa alimentação desde há muito e não a dispensamos por nada, muito menos com a torrada ou com o pãozinho quente. Elemento primário para cozinhar alimentos e para a confeção de bolos e doces, a manteiga é parte de nós e da nossa alimentação diária.

Consumimo-la diariamente e sabe tão bem.

Vivemos numa época global em que se fomenta o consumo e acesso facilitado às coisas, em que para se obter qualquer produto ou alimento basta que nos desloquemos a uma superfície comercial, onde uma vasta gama de produtos está disponível a qualquer hora. Não existe necessidade de pensar nas coisas e de que forma são produzidas, qual a sua origem ou como surgiram. Os produtos existem e estão acessíveis.

Porém, nem sempre foi assim e a história recorda-nos disso mesmo.

Como surgiu a manteiga? De onde vem a manteiga? Quando começámos a utilizar a manteiga? 

Será óbvia a resposta quanto à questão da sua proveniência: trata-se de um produto derivado do leite, leite de vaca sobretudo. Ao que parece, terá sido descoberta logo após a domesticação dos animais de gado e da utilização do seu leite para consumo humano, isto ainda, na pré-história.

A manteiga terá acontecido por um mero acaso que revelou a sua existência.

Uma das hipóteses que se conjetura, é a de que, o leite, terá sido conservado por demasiado tempo, o suficiente para que criasse uma nata que, ao ser batida, culminou numa textura cremosa à qual chamamos manteiga.

Outra hipótese, também passível de ter contribuído para o surgimento da manteiga, reporta-nos para a conservação do leite numa bolsa de pele animal e para o seu transporte por longas distâncias, acabando por se transformar num creme que todos reconhecemos.

Seja qual tenha sido a forma que permitiu a sua descoberta, certo é, que, nunca mais deixamos de a utilizar.

De forma factual, a primeira referência à manteiga remonta há cerca de 4500 anos e é comprovada pela descoberta de uma placa Suméria, na antiga Mesopotâmia, onde são ilustradas as etapas do seu fabrico. Outro exemplo da antiguidade deste elemento foi a descoberta de manteiga com 3500 anos, encontrada na Irlanda, enterrada e preservada em pântanos de turfa.

A própria Bíblia contém inúmeras referências à manteiga. No início da Era Cristã, a manteiga era produzida sobretudo na Índia e transportada até ao Médio Oriente.

No que respeita à produção de manteiga na Europa, acredita-se que terá tido início nos países nórdicos. Por volta do século XII, a manteiga escandinava era vista pelos outros povos como um produto de grande valor, sendo intensamente comercializada.

A sua produção foi sobretudo artesanal até ao século XIX.

Após o advento da indústria, com o surgimento de fábricas e de equipamentos que permitiram separar a nata do leite de forma rápida e eficaz, a manteiga passou a ser produzida em larga escala, Portugal foi um dos principais importadores de manteiga irlandesa, relação que durou até desde o século XII até ao século XVIII, com os portugueses a fornecerem o sal para o fabrico de manteiga aos maiores produtores europeus. A produção industrial portuguesa de manteiga desenvolveu-se sobretudo ao longo do século XX.

Esta produção continua a desenvolver-se até hoje agora com a aposta em mercados de diferentes tipos de manteigas como a manteiga ghee. A AzorGhee é um exemplo de produtores de manteiga ghee, sendo o primeiro a produzi-la em Portugal, mais especificamente nos Açores.

A manteiga é parte da nossa alimentação desde há muito e não a dispensamos por nada. Uma relação antiga e duradora de um elemento que faz parte dos povos, da sua cultura, modos de vida e da sua alimentação.

Consumimo-la diariamente e sabe tão bem.

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